Assessor da Pastoral da Ecologia Integral divulga mensagem sobre o Dia Mundial da Terra

Pastoral da Comunicação

19/04/2024

Em virtude do Dia Mundial da Terra (22 de abril), o padre Roberto Luiz dos Santos, assessor da Pastoral da Ecologia Integral, divulgou um texto refletindo, apontando problemas e dando orientações a respeito da importância de cada um cuidar do planeta Terra. Leia abaixo na íntegra:

Mensagem

No dia 22 de abril é comemorado o Dia Mundial da Terra. Esta data surgiu em 1970 nos Estados Unidos durante um Fórum Ambiental e influenciou 20 milhões de pessoas para protestar contra a poluição ambiental. Nesta ocasião esta manifestação alcançou a aprovação de leis ambientais regulatórias sobre a emissão de gases nocivos ao meio ambiente e de proteção a espécies ameaçadas de extinção.

Em 2009 a Organização das Nações Unidas adotou esta data para promover a consciência ambiental, a sustentabilidade e assim deu a data o nome de “Dia Internacional da Mãe Terra”. Neste ano de 2024 chegamos a 54ª vez em que celebramos esta data reafirmando o compromisso de salvaguardar o meio ambiente e o nosso futuro comum. O tema deste ano será “Planeta contra o Plástico”.

Mãe Terra é uma maneira carinhosa de se referir ao Planeta onde habitamos, nossa casa comum, expressando toda uma relação de fraternidade e amor. Quando falamos de “Mãe” nos referindo ao Planeta Terra, podemos evocar uma experiência familiar: mãe nos lembra a nossa, aquela que nos gerou, cuidou, nos deu sustento, e conduziu-nos para amadurecer no mundo como pessoas, como cidadãos(ãs).

Nem tudo é perfeito nas relações familiares: há mães que abandonam sua prole, não a cuidam com necessário carinho e amor, entretanto, em se falando da Mãe Terra, percebemos a generosidade e a doação ao extremo: tudo o que somos em nossa composição físico-química é graças a ela. Somos frutos da Mãe com diversas qualidades: terra que anda, que cuida, que reflete, que tem vontade, que quer conhecer, que pensa, que reza e se comunica com o transcendente… somos terra que tem capacidade de sair de si mesma e ir em direção a outros lugares do universo.

É desta Mãe que podemos fabricar coisas para o nosso conforto e utilidade como o plástico. No entanto, esta obra da criação humana que caiu nas graças do povo, por conta do mau uso e do descuido, está poluindo a própria Mãe: descartado indiscriminadamente e sem pensar nas consequências, os filhos acabam por destruir a Mãe, e a si mesmos.

Um estudo publicado na revista científica Plos One demonstra que 171 trilhões de partículas de plástico – o equivalente a 2,3 milhões de toneladas – estão nos oceanos. É o mesmo peso, por exemplo, de 10 mil baleias-azul, ou 5.137 aviões Boeing modelo 747-8 com carga máxima. Todo este plástico fomos nós, humanidade, que produzimos, descartamos e está nos oceanos. Numa outra publicação da revista científica Environmental Science &  Technology, médicos chineses encontraram microplásticos em tecidos do coração humano durante cirurgias cardíacas. Essas minúsculas partículas já haviam sido encontradas em órgãos que tinham mais contato com o ambiente externo como os pulmões, mas nunca num órgão tão profundo e fechado como o coração.

O Papa Francisco na sua Encíclica intitulada Laudato Si, do ano de 2015, anunciava uma verdade já ventilada por pensadores e cientistas: “Tudo está estreitamente interligado no mundo”. É preciso, segundo o Papa, uma conversão ecológica! Se o plástico está fazendo mal a Mãe e a nós, o que precisamos fazer para mudar esta situação? O tema deste ano para o Dia Mundial da Terra, traz uma proposta: o compromisso reduzir a utilização dos plásticos em prol da saúde humana e planetária, exigindo uma redução de 60% na produção de todos os plásticos até 2040. Essa mudança de vida, a conversão ecológica, nos motiva a este compromisso. A conversão deve começar por nós mesmos!

Precisamos de coragem e, às vezes, até pequenos sacrifícios para renunciar aos plásticos, usando menos descartáveis, por exemplo: as sacolinhas de supermercado, os copos descartáveis, as embalagens, as garrafas pet… há muito o que se pode fazer. Que futuro queremos para nós e nossos filhos? Que mundo deixaremos para as gerações futuras? Será que seremos plastificados de dentro para fora? Quanto mal poderemos causar ao Planeta e a nós mesmos se continuarmos no caminho do descuido com a nossa Mãe Terra? Urge uma mudança de postura e responsabilidade de todos, principalmente do ponto de vista do cuidado, do amor e da sustentabilidade.

Texto: Pe. Roberto Luiz dos Santos – Assessor da Pastoral da Ecologia Integral

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