Quarta-feira de Cinzas: início da Quaresma e da Campanha da Fraternidade

Pastoral da Comunicação

09/02/2024

No próximo dia 14 de fevereiro, após o feriado de Carnaval, a Igreja Católica celebra a tradicional Quarta-feira de Cinzas, que marca o início da Quaresma e da Campanha da Fraternidade 2024 no Brasil. A celebração ocorre, anualmente, 46 dias antes da Páscoa.

TRADIÇÃO

Durante a Santa Missa deste dia, após a leitura do Evangelho, ocorre a bênção e distribuição das cinzas. Esse momento tem início com uma oração e, na sequência, o sacerdote e os ministros impõem as cinzas sobre as cabeças dos fiéis ou traçam uma cruz sobre a fronte deles enquanto repetem as palavras: “Converte-te e crê no Evangelho” ou “Recorda que pó és e em pó te tens de converter”.

Durante a missa, ocorre a tradicional imposição das cinzas (Evandro Marques / Comunicação)

Na Igreja Católica esta tradição perdura desde o século IX e existe para recordar-nos que vamos morrer, que somos pó e ao pó da terra voltaremos (cf. Gn 3, 19), para que nosso corpo seja refeito por Deus de maneira gloriosa, para não mais perecer. A intenção desse sacramental é nos levar ao arrependimento dos pecados, é fazer-nos lembrar que não podemos nos apegar a esta vida, achando que a felicidade plena possa ser construída aqui.

As cinzas desta celebração são obtidas da queima dos ramos usados no Domingo de Ramos do ano anterior.

Todas as paróquias da Diocese celebram este dia (Evandro Marques / Comunicação)

QUARESMA

A data também marca o início da Quaresma, tempo de 40 dias (14 de fevereiro a 28 de março de 2024) em preparação para a Páscoa, a mais importante festa do calendário litúrgico cristão, pois celebra a Ressurreição de Jesus, a base principal da fé cristã. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência. É um tempo de reflexão, de penitência, de conversão espiritual.

Quaresma é tempo de reflexão, de penitência, de conversão espiritual (Evandro Marques / Comunicação)

A quaresma surgiu por volta do ano 350 d.C., quando a Igreja decidiu aumentar o tempo de preparação para a Páscoa, que era de três dias e permaneceram como o Tríduo Sagrado da Semana Santa: Quinta feira Santa, Sexta-feira Santa (Paixão) e Sábado Santo. A preparação para a Páscoa passou, então, a ter 40 dias. Isso ocorreu porque os cristãos perceberam que três dias eram insuficientes para que pudessem se preparar adequadamente a esse evento tão importante.

A partir da década de 60, a Igreja no Brasil iniciou a Campanha da Fraternidade no período da Quaresma, com intuito de ser uma mediação muito prática para a vivência da caridade, desenvolver e aprofundar a fraternidade, segundo o mandamento do amor: amar o próximo como Jesus nos amou.

A cada ano, um tema é tratado no espírito quaresmal de conversão, por meio da meditação, da oração, do jejum, da esmola, no sentido de caridade que liberta.

CAMPANHA DA FRATERNIDADE

O que é? Qual o objetivo?

A Campanha da Fraternidade (CF) é uma campanha realizada anualmente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no período da Quaresma. Além das orações e do jejum, o objetivo é “exercitar a caridade associada à reflexão e ação sobre um tema específico”. A cada cinco anos é promovida de forma ecumênica em conjunto com outras denominações cristãs.

Os objetivos permanentes dessa campanha são:
1 – Despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum;
2 – Educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho;
3 – Renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária (todos devem evangelizar e todos devem sustentar a ação evangelizadora e libertadora da Igreja)”.

Como surgiu?

Ela nasceu por iniciativa de Dom Eugênio de Araújo Sales, em Nísia Floresta, Arquidiocese de Natal, RN, como expressão da caridade e da solidariedade em favor da dignidade da pessoa humana, dos filhos e filhas de Deus.

Assumida pelas Igrejas Particulares da Igreja no Brasil, a Campanha da Fraternidade tornou-se expressão de comunhão, conversão e partilha. Comunhão na busca de construir uma verdadeira fraternidade; conversão na tentativa de deixar-se transformar pela vida fecundada pelo Evangelho; partilha como visibilização do Reino de Deus que recorda a ação da fé, o esforço do amor, a constância na esperança em Cristo Jesus (Cf. 1Ts 1,3).

Quem define o tema?

O tema da Campanha da Fraternidade é definido pelo Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Neste ano, a inspiração veio da Carta Encíclica Fratelli Tutti: sobre a fraternidade e a amizade social – do Papa Francisco – publicada no ano 2020.

Qual a proposta para este ano?

 A proposta é despertar, de acordo com o tema “Fraternidade e amizade social” e o lema “Vós sois todos irmãos e irmãs” (cf. Mt 23,8), a beleza da fraternidade humana aberta a todos, para além dos nossos gostos, afetos e preferências, em um caminho de verdadeira penitência e conversão.

A CF 2024, dentro do caminho penitencial da Igreja, propõe também durante a Quaresma deste ano, um convite de conversão à amizade social e ao reconhecimento da vontade de Deus de que todos sejam irmãos e irmãs.

Para facilitar, a Igreja oferece um texto base no esquema “Ver, Julgar, Agir” e diversos subsídios de apoio, motivando e estimulando os fiéis.

Como posso ajudar?

Como gesto concreto dessa campanha, em todo o Brasil é promovida a Coleta da Solidariedade. Você pode ajudar doando, qualquer valor, nas missas do Domingo de Ramos, que neste ano será no dia 24 de março. Todas as paróquias da Diocese participam dessa ação. Outra forma de ajudar é estudando o tema e espalhando seu conhecimento com a comunidade.

O que fazem com essas doações?

Os recursos arrecadados integram os Fundos Diocesanos e Nacional de Solidariedade, que têm contribuído para a promoção da dignidade humana, o compromisso com os pobres e a vida plena. 

Como esse valor é distribuído entre a Diocese e a CNBB?

Do total arrecadado nessa coleta, 60% fica na própria diocese e é gerido pelo Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS) com o objetivo de apoiar iniciativas e projetos locais. Os outros 40% compõem o Fundo Nacional de Solidariedade (FNS), que é administrado pelo Departamento Social da CNBB, sob a orientação do Conselho Gestor da CNBB.

*com informações da Canção Nova, ACI Digital e da CNBB.

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