Diocese Inclusiva: projeto permite participação de pessoas surdas em missas na Catedral

Pastoral da Comunicação

20/06/2024

A Igreja Católica, comprometida com a missão de acolher todos os fiéis, valoriza e promove a inclusão das pessoas surdas na Diocese. Reconhecendo a importância de uma comunicação acessível, iniciativas têm sido implementadas para garantir que todos possam participar plenamente das celebrações litúrgicas. Este compromisso reflete o amor e a solidariedade cristã, fortalecendo a união e a diversidade no Corpo de Cristo.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), só na cidade de Presidente Prudente (SP) são cerca de 9.600 pessoas com algum tipo de deficiência auditiva permanente, sendo 2.083 com grande dificuldade auditiva ou sem audição alguma. As informações são do último Censo Demográfico de 2010.

Na Diocese, um projeto de inclusão teve início em março de 2017, a pedido do monsenhor José Antônio de Lima, cura da Catedral, que buscou dar acesso à esse público pouco visto na sociedade. Então, fez o convite à Fernanda Luzia de Jesus Diamante, 42, professora voluntária no Seminário Diocesano Nossa Senhora Mãe da Igreja.

“Além de ser importante para a inclusão, isso permite que eles tenham acesso aos ensinamentos de Jesus de mais de 2.000 anos atrás”, destaca Fernanda.

Transmissão do Seminário Diocesano com interpretação em libras (Facebook Seminário Diocesano / Reprodução)

Esse trabalho inclusivo é focado em duas frentes: atuação mensal em missas com o uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e o ensino dessa linguagem aos futuros sacerdotes em formação.

Fernanda interpretando em libras durante Ordenação Presbiteral (Pascom Diocesana / Arquivo)

Em Prudente, as missas com interpretação em Libras ocorrem duas vezes ao mês, às 8h e às 19h, na Catedral São Sebastião. Para consultar a próxima data, entre em contato com a Secretaria Paroquial: catedralpp@gmail.com ou (18) 3223-2016. A pedido do padre Anderson Félix da Silva, reitor do Seminário, Fernanda estuda a possibilidade de iniciar o projeto nas celebrações da instituição em breve.

Missas com intérprete de libras ocorrem duas vezes ao mês (Pascom Diocesana / Arquivo)

Já no Seminário Diocesano, além das matérias tradicionais, os seminaristas têm a oportunidade de aprender Libras. É ensinado as orações eucarísticas mais utilizadas, Pai Nosso, Ave Maria, Salve Rainha e também os sinais básicos para a comunicação com a comunidade surda.

Formação em libras faz parte das matérias dos seminaristas (Instagram Seminário Diocesano / Ilustração)

“Os seminaristas acabam tendo mais acesso ao contexto histórico da comunidade surda. Alguns se interessam mais pelo assunto e estudam o contexto mais a fundo”, afirma a professora.

Cúria Diocesana

De portas abertas à inclusão, a Cúria Diocesana conta com uma colaboradora surda que atua no Setor de Arquivo. Maria Carolina Trombeta, 29, trabalha há mais de 5 anos na Diocese e desempenha sua função como arquivista de documentos e na parte administrativa.

“Estou feliz por ser acolhida pela Igreja. De maneira geral, a sociedade precisa de mais acessibilidade. Sou deficiente auditiva, faço um pouco de leitura labial e sou feliz em poder me comunicar em libras”, conta Maria.

Maria Carolina trabalha há mais de 5 anos na Cúria (Evandro Marques / Comunicação)


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