Ele viveu grande parte da adolescência em meio aos conflitos no território alemão sob o governo de Hitler. Passou por dificuldades, entrou para a sociedade dos palotinos e veio para o Brasil. Em janeiro, completou 39 anos no Santuário Diocesano Nossa Senhora Aparecida. A Pascom Diocesana entrevistou Oskar Kornel Josef Schwind , mais conhecido como padre José Schwind.

No vídeo, o padre fala sobre o amor à vocação sacerdotal.

História

Nascido na Alemanha no dia 20 de maio de 1932, na cidade de Eisenberg, padre José Schwind veio de uma família de seis filhos. Muito carente, Schwind conta que seu pai era pastor de rebanho na cidade, porém desenvolvia outras atividades.

Durante a infância e adolescência, padre José Schwind conta que viveu em um período de guerras na Alemanha, na qual Hitler comandava a nação. Ele se recorda que, por várias vezes, a Polícia Federal Secreta invadia a sua residência procurando material contra Hitler. O seu medo era que sua família fosse levada para um campo de concentração.

Durante esse período, o padre relatou que eles podiam frequentar a igreja normalmente, mas eram sempre perseguidos pela polícia, afim de evitar que possuíssem e difundissem materiais contra Hitler.

Schwind lembra ainda que houve um dia em que o governo decretou que retirassem todas as cruzes de dentro das salas de aula das escolas.

O irmão mais velho do padre tinha o desejo de ser missionário, porém teve o sonho interrompido após medida do governo. Ouça o áudio.

Outra história que Schwind relatou foi do outro irmão, também convocado pelo governo militar. Nessa caso, ele foi preso durante três anos na Rússia, porém conseguiu voltar.

Início do Ministério

Com o sonho de seguir no caminho sacerdotal, José Schwind realizou seus estudos de filosofia na Alemanha, na qual avaliou como “precário”.

Sua entrada para os palotinos ocorreu durante uma missão em que participava. Na ocasião, Schwind conheceu dois missionários dessa sociedade e sentiu o desejo de participar dela também. Com isso, fez um requerimento, respondeu um questionário, passou por exames médico e ingressou para a sociedade. Schwind não cursou o Seminário Menor.

Durante o período no noviciário, os mestres perguntaram a ele se não gostariam de ir para outro país ser missionário. Schwind tinha interesse de ir para a Índia, porém o mandaram ao Brasil, que estava precisando de evangelização e era um país que enviava ajuda financeira para este fim.

Vinda para o Brasil

José Schwind veio para o Brasil em 1954. O embarque ocorreu em Génova, na Itália e, ao chegar no Brasil, desembarcou no porto de Santos (SP), onde foi recebido por padres.

Durante um período ficou na Casa Fundamental dos Palotinos. Depois, Schwind e alguns colegas se dirigiram de trem para Santa Maria, no Rio Grande do Sul, para conseguirem chegar a uma cidade do interior para cursarem Teologia, que ele classificou como um estudo “primitivo” mediante muitas dificuldades com as condições do local.

Um dos exemplos que Schwind deu foi a respeito do banho, que ocorria apenas uma vez na semana, de uma água gelada que descia do monte em um cano colocado na parede.

Depois de alguns anos estudando, Schwind foi ordenado diácono em 1957 e após alguns meses consegue receber o ministério presbiteral em Jacarezinho (PR). Na cidade do Paraná, trabalhou cerca de cinco anos no Colégio Cristo Rei como diretor disciplinar.

O padre José Schwind já exerceu seu ministério em Jacarezinho (PR), São Paulo (SP), Cornélio Procópio (PR), Londrina (PR), Curitiba (PR) e Presidente Prudente (SP).

Chegada ao Santuário

No dia 20 de janeiro de 1981 veio para Presidente Prudente (SP). Porém, anos antes já havia passado pela cidade, mas voltou para Paraná como reitor e diretor espiritual do Seminário Maior. Em janeiro, Schwind completou 39 anos no Santuário Diocesano.

Após sua vinda para o Oeste Paulista, Schwind conta que procurou ir nas escolas para evangelizar. Além disso, auxiliou na criação de 27 comunidades de bases e na construção das três capelas urbanas.

“Me chamaram aqui, principalmente pelo Lar dos Meninos, porque sempre senti essa vocação em cuidar do social, das crianças em risco”, afirma o padre José Schwind, que atuou como diretor durante seis anos na instituição.

Atualmente

Hoje em dia o padre José Schwind celebra nos seguintes dias no Santuário: de segunda a sábado, às 6h30, e aos domingos às 7h. Ao todo, quatro padres palotinos cuidam da Igreja localizada na Rua Sargento Firmino Leão, 100, Vila Marcondes, em Presidente Prudente (SP).