(Pascom Diocesana / Arquivo 2019)

Monsenhor José Antônio completa 40 anos de sacerdócio na diocese

Nascido em Santo Anastácio, José foi o primeiro padre a ser ordenado em Mirante do Paranapanema

Pastoral da Comunicação

15/10/2020

Há quatro décadas, mais precisamente no dia 15 de outubro de 1980, Monsenhor José Antônio de Lima foi ordenado padre na Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus de Mirante do Paranapanema (SP), na presença de amigos e sacerdotes. A Pascom Diocesana entrevistou o monsenhor, que atualmente é pároco na Catedral São Sebastião. Veja a entrevista completa:

História

Monsenhor José Antônio de Lima nasceu no dia 5 de agosto de 1954. Filho de Antônio Luiz de Lima e Maria Carlos de Lima, o futuro sacerdote nasceu em Santo Anastácio (SP) e foi batizado no dia 11 de setembro de 1954, na igreja matriz de Santo Anastácio.

Como a vocação sacerdotal despertou em você?

A vocação sacerdotal nasceu desde a infância. Minha mãe tinha uma vida religiosa e de oração muito intensa. Ela sempre foi chamada para rezar o terço na comunidade e desde pequeno eu vivenciei essa experiência religiosa. Assim, na pré-adolescência surgiu o desejo de ir para o seminário para ser padre.

Quando você entrou no seminário e como foi essa jornada?

Entrei no Seminário Diocesano de Presidente Prudente (SP) em fevereiro de 1969, proveniente da Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus de Mirante do Paranapanema (SP). Ela foi minha paróquia adotiva onde eu pude fazer, desde pequeno, uma experiência pastoral juntamente com o sacerdote que ali estava.

Desde adolescente, visitei as comunidades, junto com padre, no meu período de férias. Eu passava a maior parte dos finais de semana na paróquia ajudando na pastoral. No período ósculo ciliar e pós-conciliar, foi um período de muito enriquecimento pessoal.

Em 1969, entrei no seminário para cursar o 6º ano do primeiro grau e conclui o segundo grau no Seminário Menor de Presidente Prudente (SP), no ano de 1975. Logo após, fui cursar o primeiro ano da Filosofia em São Carlos (SP) 

Já a conclusão do curso de Filosofia foi em São Paulo (SP), nas faculdades associadas do Ipiranga. Em 1977, iniciei o curso de Teologia na Faculdade Nossa Senhora da Assunção, no Ipiranga até o ano de 1980.

Quando foi ordenado diácono e presbítero?

No ano de 1980, mais precisamente no dia 20 de janeiro, recebi o diaconato e me preparava para receber a ordem do presbiterato, que aconteceu do dia 15 de outubro de 1980, na Paróquia Santa Terezinha em Mirante do Paranapanema (SP).

Foi uma grande expectativa, pois a comunidade paroquial não tinha vivido ainda uma ordenação de um de seus filhos e eu tive a honra de ser o primeiro sacerdote ordenado em Mirante do Paranapanema (SP).

Há cerca de 40 anos, monsenhor [usando barba] juntamente com outros padres em procissão (Monsenhor José Antônio / Cedido)

A partir da ordenação sacerdotal, como foi sua passagem pelas paróquias da diocese nessas quatro décadas de história?

Logo após a ordenação, fui chamado para substituir o padre Franco Albanese, que desempenhava suas funções sacerdotais em Santo Anastácio, porém se encontrava na Europa há três meses.

Após o regresso do padre Franco, fui designado pároco de Indiana (SP) e Caiabu (SP), onde permaneci por dois anos. Lá realizei um trabalho pastoral muito agradável, podendo na época dar o impulso a vida da comunidade com as reformas, as aquisições de terrenos e construções nas duas cidades.

No final do ano de 1982, a comunidade devia uma grande expectativa pastoral com a chegada das missões missionárias redentoristas, realizadas pelos estudantes de Teologia.

É bom lembrar de que uma certa tarde, estando na casa paroquial, no final do ano, Dom Agostinho, bispo na época, me visitou e comunicou que eu deveria, a partir do mês de março do ano seguinte, assumir a Paróquias Nossa Senhora Aparecida de Teodoro Sampaio (SP) e a Paróquia São José de Euclides da Cunha (SP), bem como as demais comunidades rurais.

Sem dúvida, algumas foram um grande desafio, mas em obediência fui para Teodoro Sampaio (SP) para assumir esse novo desafio.

No ano de 1983, aconteceu no Pontal do Paranapanema, as primeiras ocupações de terra onde a igreja, na pessoa do padre, teve um papel importantíssimo nas negociações, levando assim a ser instaurado por decreto do governador, a desapropriação dos primeiros latifúndios para a reforma agrária.

Foi um movimento intenso envolvendo todo Pontal do Paranapanema, autoridades judiciais e policiais. Sem dúvidas, um grande desafio para um jovem padre de apenas 29 anos, mas que procurou cumprir com fidelidade a missão.

No início do ano seguinte, o bispo solicitou-me que eu deveria deixar Teodoro Sampaio (SP) e de que ele não se responsabilizaria pela minha permanência, caso desejasse ficar. Eu estava no Pontal em nome da igreja e não em nome. Com isso, em obediência, fui transferido para Paróquia São Judas Tadeu, em Presidente Prudente (SP).

Naquela época, a comunidade começava em Prudente e terminava no Distrito de Ameliópolis, com mais de 15 capelas. Faltava toda a estrutura básica para o desenvolvimento da paróquia e da comunidade. Aos poucos fomos nos adaptando, mas o meu desejo não era ficar na cidade.

No começo do ano de 1985, Dom Agostinho me procurou para que eu pudesse assumir a Paróquia de Santo Anastácio (SP), Piquerobi (SP) e Ribeirão dos Índios (SP). Ali iniciava uma nova fase em minha vida.

Nessas comunidades, eu permaneci quase 20 anos, onde pude realizar um trabalho tanto pastoral, quanto administrativo e social com vários segmentos da comunidade. Fizemos diversas reformas, construímos a casa paroquial, o centro de catequese, casas de comunidades e deixamos algumas encaminhadas.

Tivemos uma participação diferenciada na vida social das cidades procurando estar sempre presente na vida do povo, vivendo com o povo, falando com o povo e realizando o projeto do reino de Deus.

Principais momentos que marcaram a trajetória do padre (Monsenhor José Antônio / Cedido)

Monsenhor, como se deu a sua relação com os Meios de Comunicação?

Durante esse período, sempre estive envolvido em aspectos de comunicação social. Fui um dos fundadores da televisão a cabo, por assinatura, no Brasil, merecendo destaque internacional. Compramos, com apoio da diocese, a Rádio Cultura de Santo Anastácio (SP), que posteriormente construímos, ao lado da igreja, a sede da rádio diocesena.

Por muito tempo, trabalhei no jornal “Anúncio”, ao lado de Dom Agostinho. Também ajudei na produção do boletim interno da diocese chamado “A Diocese”.

Cerca de 20 anos em Santo Anastácio, sua cidade natal, como foi a volta para Prudente?

Passado alguns anos após a posse de Dom José Maria na Diocese de Presidente Prudente, fui transferido para Paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja, em Presidente Prudente (SP), com o objetivo de dar uma cara nova para paróquia. A proposta era que a comunidade fosse desmembrada do seminário.

Com a minha chegada em 2004, procurei realizar o que foi pedido. Dar vida própria para paróquia, realizando várias reformas, tanto na igreja, quanto no centro de catequese, no salão paroquial. Instalamos ar-condicionado na igreja, realizamos muitas atividades pastorais com equipes dinâmicas, que deu um novo ardor paroquial, principalmente com a valorização do dízimo e a criação do centro social na paróquia, que sempre atendeu muitas famílias.

Foram realizados muitos cursos profissionais, na qual 10% do dízimo da paróquia era destinado ao centro social. Foi um período muito bom, onde eu pude fazer uma experiência de atendimento pessoal na secretaria durante todos os dias.

No final do ano de 2007, Dom José Maria me propõe deixar a paróquia dizendo que tinha cometido um erro, na qual a paróquia deveria voltar a ser do seminário, como parte integrante. Diante disso, me propôs algumas paróquias, dentre elas a Catedral São Sebastião, que assumi em março de 2008, até o presente momento.

Durante esse tempo na Catedral São Sebastião, com a chegada do novo bispo, Dom Benedito, pude realizar muitas obras e ajudar outras comunidades. Dentre as reformas, destaca-se a casa de encontros da diocese, a residência episcopal e a casa do bispo emérito, Dom Agostinho.

Na catedral, reformamos o som do presbitério, restauramos a pintura da igreja, adquirimos ar-condicionado, investimos na construção do salão paroquial e compramos veículos. A comunidade recebeu a presença de mais sacerdotes para ajudar nas celebrações e na vida pastoral.

Durante encerramento de evento mariano na Catedral São Sebastião (Pascom Diocesana / Arquivo)

Monsenhor, qual o segredo para realizar e permanecer firme na fé durante quatro décadas?

Eu digo que o segredo é a oração, o zelo pela construção do Reino de Deus. Isso é fundamental para que não desanimamos diante das dificuldades com que nos deparamos. Confiar, acreditar onde a gente quer chegar e, com a graça de Deus, tudo é possível. Para realizar tantas coisas, basta sentar na cadeira e atender o povo com zelo e carinho. O povo é muito bom!

Qual a mensagem que você deixa para os futuros sacerdotes que estão no seminário?

Para aqueles que se preparam para o sacerdócio, a palavra que eu digo é que procurem viver a sua vocação e o seu ministério com zelo, com carinho e atenda o povo sem medir esforços. Esteja sempre disponível, mesmo nas horas difíceis. Como dizia São Paulo: “é pela perseverança que haveremos de vencer”.

Brasão em homenagem aos 40 anos de sacerdócio (Monsenhor José Antônio / Cedido)

Serviço

Nesta quinta-feira (15/10), haverá uma missa em ação de graças pelos 40 anos de ordenação sacerdotal do monsenhor José Antônio. Será na Catedral São Sebastião, às 19h30. Não é necessário retirar senhas.

O uso de máscara e o distanciamento social são obrigatórios.

Comentários

  • Oscar Naufal - Bariri/SP postado em 15/10/2020 ás 12:22

    Acompanhei muito de perto boa parte da história do Pe. José Antonio, desde o tempo em que ingressei no seminário de Pres. Prudente, em 1976. O Pe. Zé Antonio é um grande exemplo para todos(as) nós cristãos(ãs). Parabéns a ele por essa vida toda dedicada ao povo de Deus e à Igreja! Abçs!

Deixe seu comentário!

Onda Viva