Membros da comunidade e da Pastoral Nipo-Brasileira participaram da celebração (Ivone Lima / Pascom São José)

Missa marca 80 anos do falecimento do monsenhor Nakamura em Álvares Machado

Evandro Marques / Pascom Diocesana

09/03/2020

Na manhã desse domingo (08/03), Dom Júlio Endi Akamine, SAC, arcebispo de Sorocaba (SP), presidiu a missa em memória do falecimento de monsenhor Domingos Chōhachi Nakamura, conhecido como monsenhor Nakamura, que completa 80 anos. A celebração ocorreu na Paróquia São José, em Álvares Machado (SP).

(Ivone Lima / Pascom São José)

A missa também marcou o encerramento do Encontro Anual da Pastoral Nipo-Brasileira (Panib) e reuniu pessoas dos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, além do atual sacerdote da comunidade, padre Jurandir Severino de Lima, e outros padres e diáconos ligados à pastoral.

A pastoral Nipo-Brasileira congrega os missionários católicos (clérigos, religiosos e leigos) que se dedicam, direta ou indiretamente, à evangelização e catequização dos japoneses e seus descendentes ou outros, radicados no Brasil.

Veja o álbum de fotos completo da celebração clicando aqui.

História

Monsenhor Domingos Chōhachi Nakamura nasceu no dia 22 de agosto de 1865 na cidade de Fukue, localizada na província de Nagasaki. Em 1880, ingressou no Seminário de Nagasaki. Após 17 anos, é ordenado padre e, semanas depois, torna-se pároco na ilha de Amami Oshima, que pertence ao Japão, onde trabalhou por 26 anos.

Monsenhor Nakamura foi missionário em Álvares Machado durante 17 anos (Polienteia / Reprodução)

Aos 59 anos de idade, recebe o convite para acompanhar os imigrantes japoneses no Brasil. Em 23 de abril de 1923, desembarca no porto de Santos como o primeiro missionário japonês a atuar fora do país.

Na chegada, seguiu para o Rio de Janeiro e visitou o Núncio Apostólico, Dom Enrico Gasparri. Na oportunidade, o Núncio deu ao monsenhor Domingos Nakamura uma carta de recomendação às Ordens Eclesiásticas, assegurando que o apostolado entre os imigrantes japoneses era um desejo apostólico de Roma.

Quatro meses depois é recebido por Dom Lúcio Antunes de Souza, em Botucatu (SP), primeiro prelado a solicitar a vinda de padre do Japão. Assim, dá-se início a sua caminhada missionária.

Em 1927, participa da fundação do Colégio São Francisco Xavier (São Paulo). Já no ano de 1938, no Palácio Episcopal de São Paulo, recebe das mãos do Almirante Shinjiro Yamamoto, da Marinha Imperial Japonesa, a medalha “Ordem de São Gregório, o Grande” concedida pelo Papa Pio XI.

Durante sua vida no país, desenvolveu atividades missionárias em Minas Gerais, Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Trabalhou durante 17 anos em Álvares Machado (SP).

Um ponto importante da vida do missionário japonês foi a conversão de muitos imigrantes de religião budista ao cristianismo. Monsenhor Nakamura não teve uma paróquia no Brasil. Sempre foi missionário itinerante.

Monsenhor Nakamura faleceu na cidade de Álvares Machado (SP) às 16h, do dia 14 de março de 1940. Em agosto de 2002, teve início o processo de beatificação do monsenhor, o que demanda uma série de exigências pelo Vaticano, como a comprovação de ocorrência de um milagre autêntico por uma comissão de nove médicos peritos, pela Comissão de Cardeais, Arcebispos e Bispos membros do Dicastério e quando o Papa emite o Decreto Pontifício, declarando o reconhecimento do milagre e que o candidato seja reconhecido como “Beato”.

*Com informações do site Canção Nova e da Polienteia

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