Graduandos em Jornalismo lançam filme sobre a história de Monsenhor Nakamura

Pastoral da Comunicação

06/11/2021

Os três processos de canonização mais rápidos da história da Igreja Católica levaram, em média, 14 anos. João Paulo II (2014), Madre Teresa de Calcutá (2016) e Irmã Dulce (2019). As etapas para uma pessoa se tornar santa são complexas e burocráticas. Neste sentido, um filme biográfico, produzido por estudantes de jornalismo em Presidente Prudente (SP), pode contribuir para a beatificação do Monsenhor Nakamura, um homem já considerado santo no Oeste Paulista.

O documentário “Estrela da Manhã” conta a história e o legado do primeiro missionário católico japonês no Brasil. Com 58 anos, Domingos Chohachi Nakamura (1865-1940) veio do Japão em 1923 e se instalou no interior do estado de São Paulo, com o objetivo de ajudar e evangelizar os imigrantes e descendentes radicados no país.

A obra é peça prática do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) intitulado “Monsenhor Nakamura: produção de um documentário biográfico sobre o primeiro missionário católico japonês no Brasil”, desenvolvido pelos estudantes da Escola de Comunicação e Estratégias Digitais da Unoeste: João Lucas Martins, Letícia Petile, Marco Vinicius Ropelli, Victória Domingos e Vinícius Coimbra, orientados pela jornalista e professora doutora Thaisa Bacco.

O longa-metragem, mostra as realizações do padre entre os anos de 1928 e 1940, quando ele morou na cidade de Álvares Machado (SP), precisamente no sítio Guaiçara, local de onde partia para realizar missões itinerantes, percorrendo longas distâncias de maneira precária a fim de visitar colônias japonesas e dar suporte espiritual no interior de São Paulo, Sul de Minas Gerais, Norte do Paraná e Mato Grosso do Sul.

Retrato de Monsenhor Nakamura, primeiro missionário japonês do Brasil (Centro de Pesquisas Monsenhor Domingos Chohachi Nakamura / Cedida)

“Monsenhor Nakamura não só falava de Deus e pregava o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, ele vivia aquilo que pregava. Então, quando se fala sobre a sua aura de santidade, podemos traduzir isso para o seu testemunho”, explica padre Jurandir Lima, pároco da Paróquia São José de Álvares Machado, e um dos responsáveis pelo processo de beatificação.

Os resultados desse trabalho incansável movido pela fé são os milagres creditados ao missionário após sua morte em 1940 e a instauração, em 2009, de um processo de beatificação solicitado pela Pastoral Nipo-brasileira (Panib), que atualmente tramita junto ao Vaticano. A beatificação representa o primeiro passo para que uma pessoa seja canonizada, pois confirma a realização de um milagre.

“A importância do Monsenhor se tornar santo ou beato é para que as pessoas possam seguir o seu exemplo de fiel cristão e sigam as pegadas de Jesus para que o mundo possa melhorar e ir crescendo em comunhão”, afirma Francisco Hirata, presidente do Museu e Memorial “Centro de Pesquisas Monsenhor Domingos Chohachi Nakamura”.

O conteúdo reúne 21 entrevistas em 22 horas de gravação. Dentre os entrevistados, estão figuras como Dom Ettore Capra, postulador da causa de beatificação do monsenhor Nakamura no Vaticano, na Itália e o padre João Batista Aoki, estudioso da história do missionário e ligado à causa da beatificação, diretamente de Tóquio, no Japão. Essas duas entrevistas foram gravadas com a ajuda de colaboradores. O documentário ainda conta com materiais de arquivo históricos cedidos pela TV Fronteira e jornal O Imparcial, além de uma trilha sonora original, produzida exclusivamente para o filme.

Centro de Pesquisas Monsenhor Domingos Chohachi Nakamura, onde estão armazenados diversos objetos e documentos originais sobre a vida e obra do padre japonês (Documentário “Estrela da Manhã” / Cedida)

Serviço

A exibição pública de “Estrela da Manhã”, filme documentário sobre a vida missionária e o legado do primeiro padre japonês no Brasil, ocorrerá a partir das 19h30 do dia 08 de novembro de 2021, no Teatro César Cava, Bloco B – Campus I da Unoeste. A entrada é gratuita.

Trailer: Documentário Estrela da Manhã
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