A reunião do Sínodo acontece para discutir assuntos de regiões que passam por dificuldades (Foto reprodução/ Google)

Entenda como funciona o Sínodo da Amazônia

O padre Jerônimo Gasques explica como se realiza os processos e elaboração dos temas

Rodrigo Moraes / Pascom Diocesana

24/10/2019

Em uma entrevista feita com exclusividade ao site da Diocese de Presidente Prudente (SP), padre Jerônimo Gasques, pároco da paróquia Santo Antônio de Pádua, explicou sobre Sínodo da Amazônia, com participação de bispos de nove países que têm território na Amazônia, chamados cardeais peritos, leigos e especialistas no tema. O Sínodo da Amazônia começou em 6 de outubro e segue até o próximo dia 27/10.

A ideia do Sínodo é debater problemas e buscar soluções para que a vida seja muito mais justa e humana em locais de difícil acesso, como é a Amazônia, e também como a Igreja pode contribuir com o desenvolvimento local, sem agredir a natureza, respeitando e valorizando a vida. 

A palavra Sínodo é de origem grega e traduzida significa ‘caminhar junto’.

“Eles vão caminhar juntos naquela reflexão, tendo como objetivo, aquilo que já foi pautado em um documento anterior que é enviado aos bispos para que eles estudem os preliminares do sínodo que vai ocorrer”, afirma padre Jerônimo Gasques

O Sínodo é relativamente novo quando se comparado à idade da Igreja Católica. As edições começaram há menos de 100 anos e nasceu da necessidade da Igreja em querer estar mais próximo da comunidade local e levar a todos a necessidade de pensar coletivamente em todos os problemas do mundo.

“Por exemplo teve o Sínodo da África e da Ásia e muitas vezes as pessoas pensam que ‘está muito longe da gente e não tem haver conosco’, mas tem a ver com a igreja que deseja caminhar junto com todos”, exemplifica padre Jerônimo Gasques. 

Segundo padre Jerônimo Gasques, não existe o Sínodo apenas da Amazônia. Já houve o Sínodo da Ásia e da África (Reprodução/ Google)

Para escolher o tema do Sínodo, existem peritos no Vaticano que juntam várias possibilidades de assuntos que podem ser discutidos em uma região específica, após isso o Papa faz a escolha do melhor conteúdo e o que realmente está em debate entre os problemas daquele local. 

Não precisa ser necessariamente apenas pessoas que estão dentro das dioceses, ou que fazem parte dela, outros também podem participar. 

“O papa nomeia as pessoas para as comissões, que preparam o Sínodo, anotam os temas e o que é discutido em pauta e todos os assuntos são colhidos e guardado para que ao final venha um documento em que o papa e seus peritos produzem sobre o assunto. Geralmente demora aproximadamente um ano para ter um documento final do Sínodo”, esclarece Gasques. 

O Sínodo da Amazônia realizado este ano foi convocado pelo Papa Francisco em outubro de 2017. A ideia é debater as dificuldades que a Igreja têm para atender os povos da região amazônica, especialmente os indígenas. “Faltam padres nessas regiões, as distâncias entre as comunidades são longas, difíceis e a carência de serviços públicos acaba fazendo com que a Igreja assuma papéis até de assistência social”, explica o pároco Jerônimo Gasques. 

Sala do Sínodo, onde bispos do mundo inteiro se reúnem com o Papa (Divulgação/ Vatican Media)

O que será discutido no Sínodo da Amazônia?

Entre os pontos que estão sendo debatidos estão:

  • a complexa situação das comunidades indígenas e ribeirinhas, em especial os povos isolados;
  • a exploração internacional dos recursos naturais da Amazônia;
  • a violência, o narcotráfico e a exploração sexual dos povos locais;
  • o extrativismo ilegal e/ou insustentável;
  • o desmatamento, o acesso à água limpa e ameaças à biodiversidade;
  • o aquecimento global e possíveis danos irreversíveis na Amazônia;
  • a conivência de governos com projetos econômicos que prejudicam o meio ambiente.

Comentários

  • Pastoral da Comunicação postado em 29/10/2019 ás 14:14

    Obrigada por seu comentário Eurídice, Deus abençoe.

  • Eurídice Dantas colnago - Regente Feijó S.P. postado em 25/10/2019 ás 20:57

    Mesmo que demore um ano;sem problemas ja estamos acostumados com esse país,que cobra muitos impostos e não assume nada como deveria ser;só espero de um resultado positivo. Para que o povo brasileiro não passa mais constrangimentos ,povo de Deus sejam iluminados e mais esclarecidos por causa de um Governo que querem tirar os direitos dos trabalhadores Rurais e Urbanos que lutam por apisentadorias de anos de lavouras,anos de pecuáristas e etc...o desmatamento é grande não só na Amazônia outros lugares que nem imaginam.... em poucos anos não temos ar livre para respirar...qtas queimadas por esse país desumanos...espero que o Amazônia seja a nossa salvação!!! Os trabalhos nas igrejas sejam mais valorizados....!!????

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