Assessor do Serviço de Animação Vocacional escreve texto refletindo sobre o sacerdote

Pastoral da Comunicação

07/08/2020

Nesta semana em que recordamos as vocações sacerdotais, o atual assessor eclesiástico do Serviço de Animação Vocacional (SAV) da diocese, padre Armando Nochetti de Souza, escreveu um texto refletindo sobre o “ser sacerdote”.

O texto foi divulgado no site do Seminário Diocesano Nossa Senhora Mãe da Igreja de Presidente Prudente (SP). Confira abaixo:

SER SACERDOTE, VOCAÇÃO QUE SE DESIGNA AO SERVIÇO

Todos os ministros ordenados são escolhidos de entre os homens e são constituídos a favor dos homens nas coisas que dizem respeito a Deus (cf. Heb 5, l).A Carta aos Hebreus afirma claramente a “humanidade” do ministro de Deus ao qual o sacerdote vem dos homens e está ao serviço dos homens, imitando Jesus Cristo, “Ele mesmo provado em todas as coisas, exceto no pecado” (Heb 4, 15). Deus chama sempre os seus colaboradores a partir de determinados contextos humanos, para o serviço do Evangelho de Cristo.

De acordo com a vontade do próprio Cristo, a Igreja não poderia viver aquela fundamental obediência sem estar unida a missão que Jesus pediu: “Ide, pois, ensinai todas as nações” (Mt 28, 19) e “Fazei isto em minha memória” (Lc 22, 19; cf.1 Cor 11, 24), ou seja, a ordem de anunciar o Evangelho e de renovar todos os dias o sacrifício do seu Corpo e Sangue derramado para a salvação da humanidade.

Portanto, durante a etapa formativa, o seminarista deve configura-se ao Cristo, eterno e sumo Bom Pastor. Vivendo na terra as mesmas ações e gestos que o Mestre realizou. Uma vez que o Seu alimento era fazer a vontade do Pai que o enviou. É necessário que o futuro padre permita ser iluminado pelo Espírito Santo, para descobrir as orientações da sociedade contemporânea, reconhecer as necessidades espirituais mais profundas, determinar os métodos pastorais que correspondam às expectativas humanas.

A formação sacerdotal tem demonstrado uma procura verdadeira e própria de valores éticos e espirituais, aos quais oferecem ao candidato um itinerário vocacional em vista do dom total de si a Cristo e à Igreja. O desejo e o acolhimento de uma vocação para o serviço estável e total aos outros, no caminho da plena consagração a Deus por uma vida sacerdotal. A constatação de um testemunho de vida apoiado em valores morais e transcendentes, despertando no próximo o verdadeiro sentido e significado à vida. Portanto, nota-se entre os seminaristas a busca e a necessidade de uma vivência de sua espiritualidade, por meio do desejo da oração, da leitura e meditação pessoal da Palavra de Deus.

 A realidade contemporânea exige da formação sacerdotal a conscientização de sujeitos ao exercício do ministério, na sua vida espiritual e na própria interpretação da natureza e do significado do sacerdócio ministerial, ao qual sobre as virtudes teologias de fé, esperança e caridade, faz com que os futuros sacerdotes correspondam às necessidades do tempo. Não basta investigarmos fatos e ambivalências, porém á uma necessidade de se ir além das fronteiras, dos muros de nossas estruturas, para que por meio da inculturação do evangelho, possamos distinguir os sinais de esperanças com o dom do Espírito Santo. Colocando-nos a frente das indiferenças e passividades para interpretar os sinais do tempo à luz do Evangelho adaptada a cada geração, fundamentado no amor de Jesus Cristo, Ele que é o Senhor e Mestre, e nos torna obediente à fé, nos dá coragem e a alegria do seguimento, com o dom da sabedoria que repousa sobre a fidelidade do Pai às suas promessas.

O sacerdote é colocado numa relação específica com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo. De modo que a vida e o ministério do sacerdote são uma continuação da vida e ação do próprio Cristo aqui na terra. Entretanto, a identidade sacerdotal se constitui no próprio Cristo.

Sendo assim, o sacerdote se configura ao Cristo mediante a consagração sacramental, para agir em função dos homens, educando, santificando e anunciando a mensagem da Boa Nova. Colaborador de Cristo para a salvação das almas, o Espírito Santo que, na Ordenação, confere ao sacerdote a missão profética de anunciar e explicar com autoridade a Palavra de Deus. Não obstante, o próprio mandato de Cristo: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi” (Mt 28,19-20; cf. Mc 16,15-18; Lc24,47-48; At 1,8). Sentimos a necessidade do anuncio em uma ação missionária. Missionariedade assumida no próprio batismo tornamo-nos testemunhas por meio de nossas ações, palavras e modo de ser, configurados à própria ação de Cristo.

É necessário suprir essas exigências da vida da Igreja no mundo contemporâneo em meio a um espírito missionário, claro que em um rico ambiente de ministros e ministérios, o sacerdote deve proporcionar aos lugares e as urgências a sua missão, e ao mesmo tempo a preferência pelos pobres e excluídos. Edificando comunidades e pastorais orgânicas e de manutenção capazes de trabalhar pela justiça, pela liberdade, pela paz e pela solidariedade.

Padre Armando NochettI

Assessor Eclesiástico do Serviço de Animação Vocacional 

Diocese de Presidente Prudente.

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